Evolução do mercado de trabalho em Portugal

Nos últimos tempos vimos Portugal a sair gradualmente da crise que assolou o país. Isso aconteceu essencialmente porque o Governo tem apostado numa política económica vocacionada para a criação de emprego.

Apesar disso, o mercado de trabalho em Portugal continua a ser um dos principais motivos de preocupação para a sociedade nacional. E, se esta já era uma situação complicada, piorou especialmente pela nova crise gerada pela pandemia.

Com empresas a fechar portas, trabalhadores a serem dispensados, e salários reduzidos, o cenário parece novamente declinar para o mercado de trabalho em Portugal em 2020.

De acordo com informações do INE, no 3º trimestre de 2020 foram mais de 137 mil pessoas a perderem o seu trabalho em Portugal. Esse número é o mais alto dos últimos 9 anos no nosso país.

Mas será que a projeção é assim tão má? Como se encontra, de facto, a situação atual no país? Para saber estas e mais informações continue a acompanhar este artigo.

Mercado de trabalho em Portugal: Tudo o que precisa saber sobre a evolução

Primeiramente, é importante esclarecer que a definição de mercado de trabalho consiste na relação entre as entidades empregadoras e os trabalhadores.

Dessa forma, quando nos referimos ao mercado de trabalho em Portugal estamos a focar-nos na interação entre as empresas e os trabalhadores. Mas temos em consideração aspetos como a situação económica do país, o nível de desemprego, a capacidade de recrutamento, etc.

Acompanhe a seguir uma “linha do tempo” separada por tópicos, para compreender como evolui nos últimos anos o mercado de trabalho em Portugal.

1. Situação do mercado de trabalho em Portugal durante a crise

De acordo com a OCDE, o mercado de trabalho português foi fortemente afetado durante os anos de crise. O número de empregos disponíveis desceu de forma considerável, o que teve impacto em toda a sociedade.

O desemprego de longa duração também aumentou consideravelmente, culminando em milhares de portugueses que não conseguiam encontrar um emprego durante muitos anos.

2. A ligeira melhoria pós crise

Nos anos que sucederam a crise, foi possível observar uma ligeira melhoria em relação às taxas de desemprego no país.

Os esforços desenvolvidos pelo governo para melhorar a situação ao nível do emprego foi, inclusive, alvo de elogios a nível europeu. A comissária europeia que detém a pasta do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, Marianne Thyssen, afirmou em junho de 2015 que:

o governo português fez um grande esforço no sentido de criar um mercado laboral ativo”.

Marianne Thyssen considera que as instituições europeias devem procurar “criar postos de trabalho, baixar o desemprego e dar oportunidades aos jovens”. Ideia que reforça a necessidade de implementar uma política europeia destinada a promover o emprego entre a população mais jovem. Algo que é fundamental para terminar com o clima de instabilidade financeira que ainda assombra a União Europeia.

3. O que se alterou no mercado de trabalho

Para visualizar melhor as alterações ao longo dos anos, veja a tabela seguinte. Contém dados das estatísticas do mercado de trabalho, comparando as taxas de emprego e desemprego (em percentagem) por faixa etária em Portugal:

Evolução das Taxas de Emprego

AnosTotal15 – 24 anos25 – 44 anos45 – 54 anos55 – 64 anos65 ou + anos
201551,2%22,8%80,1%75,8%49,9%11,3%
201651,9%23,8%81,5%77,2%52,0%10,8%
201753,6%25,8%83,5%80,3%56,2%11,0%
201854,9%27,1%85,1%82,2%59,3%11,3%
201955,3%27,9%86,0%83,0%60,4%11,5%
2020

Evolução das taxas de desemprego

AnosTotalMenos de 25 anos25 – 54 anos55 – 64 anos
201512,4%32,0%11,2%12,4%
201611,1%28,0%10,0%11,0%
20178,9%23,9%7,9%8,6%
20187,0%20,3%6,1%6,5%
20196,5%18,3%5,7%6,2%
2020

Estes são indicadores do Instituto Nacional de Estatística (INE). Podemos observar que demonstram uma significativa diminuição da taxa de desemprego num claro sinal de maior confiança por parte das empresas.

O facto é que a melhoria dos últimos anos criou todo um clima de entusiasmo e aquecimento da economia portuguesa. Os dados de 2020 ainda não se encontram disponíveis para consulta e, 2021 ainda permanece uma incógnita.

Só seremos capazes de criar uma projeção quando os planos de vacinação forem colocados em prática, e a população sentir uma retração real do vírus.

Infelizmente está a tornar-se cada vez mais difícil imaginar um cenário positivo em relação ao atual mercado de trabalho em Portugal. Isto acontece graças à segunda onda da doença a bater à porta e possíveis novas medidas de confinamento.

Porém, o Governo continua a implementar medidas que visam amenizar os impactos da crise e esperamos que as mesmas tenham o impacto esperado, pois caso contrário poderemos enfrentar dias muito difíceis.

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Categorias: Emprego e Formação
Ricardo Rodrigues: CEO e Fundador da RRNValores Unipessoal, Lda, Ricardo Rodrigues gere uma equipa formada por consultores, criadores de conteúdos e programadores que desenvolvem e mantêm uma plataforma gratuita com informação e comparação de produtos bancários. Formado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) e apaixonado pela área Financeira, criou o nvalores.pt em Agosto de 2013 com a missão de garantir uma comparação independente de produtos bancários em Portugal. Exerceu funções de consultor financeiro independente na Empresa Maxfinance, nomeadamente assessoria na obtenção de crédito pessoal, crédito consolidado, crédito automóvel, cartões de crédito, crédito hipotecário, leasing, seguros e aplicações financeiras. Email: geral@nvalores.pt