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Onde os portugueses gastam mais dinheiro online

Essential Advice, Intermediário de Crédito, Unipessoal, Lda. registada no Banco de Portugal com o nº0001429

A pandemia de Covid-19 que estamos a viver reflete-se em várias mudanças no nosso estilo de vida, nomeadamente no hábito de gastar dinheiro online.

Uma vez que estamos a evitar ao máximo sair de casa, as compras online dispararam. E, não estamos a falar somente das compras na área da alimentação.

Assim, é possível dizer que o confinamento alterou alguns hábitos e fez com que os portugueses consumissem mais online, uma vez que estavam impedidos de sair para passear nas lojas tradicionais.

Houve um aumento de 6% o valor médio de compras online durante a pandemia

De acordo com um estudo da SIBS, o número de transações em março caiu de forma drástica devido ao Covid-19. Porém, o montante médio gasto por cada transação realizada cresceu de forma considerável.

Segundo a mesma instituição “Embora se tenha verificado uma redução, as compras online têm ganho um peso crescente no total das compras efetuadas ao longo das últimas semanas, registando uma quebra menos significativa relativamente ao panorama global do consumo em Portugal”.

O valor médio de compras online em Portugal passou a ser de aproximadamente 40 euros, tendo crescido 6% relativamente ao valor anterior que se situava em 37,50 euros por compra.

A SIBS aponta ainda que “Na semana de 23 a 30 de março, verificou-se uma redução no número de compras online”. Contudo, com o passar do tempo e tendo durado o estado de emergência até dia 3 de maio, os portugueses acabaram por inverter esta tendência, passando a comprar mais online (evitando estar em locais fechados com muitas pessoas).

Salientamos que no comércio online, houve alguns sectores com um grande crescimento comparativamente ao período pré pandemia. Os principais são: entretenimento, cultura e subscrições (mais 57%), restauração, entrega de comida e take away (mais 53%), e retalho (mais 44%).

É ainda importante frisar que no que concerne as compras realizadas em loja, o valor médio de transação teve um aumento de 12%.

Tal como seria de esperar, a tendência atual de compra centra-se em super e hipermercados, farmácias e parafarmácias, tabaco e bebida e pequena distribuição alimentar, setores que registaram o maior aumento desde o início do surto em Portugal e que representam agora 58% das compras pagas com multibanco.

Curiosamente, entre os produtos com uma maior subida de compra face ao período antes da pandemia de Covid-19, encontram-se os enlatados (+79%) e o papel higiénico (+75%).

A par disso, os produtos para o cabelo tiveram um aumento de compra de 20%, enquanto os produtos para depilação aumentaram 30%.

Maior volume de transação comercial presencial

maior volume transacção comercial presencial

Com toda a situação associada ao Covid-19, os portugueses passaram a ir menos vezes ao supermercado, mas passaram também a comprar mais em cada deslocação.

O principal motivo para tal acontecer passa essencialmente pelo facto de muitas famílias se encontrarem agora em casa durante 24h por dia, fazendo assim um maior número de refeições.

Assim, segundo um estudo da Kantar e da Centromarca, nos últimos dois meses, os portugueses vão menos vezes ao supermercado, mas tendem a comprar mais. O estudo afirma que os gastos por ato de consumo aumentaram 8% (38,4 euros).

Outro ponto que também é muito interessante, passa pelo facto de os portugueses passarem a utilizar cada vez mais o contactless e a app MBWay quando fazem compras em lojas físicas.

Este aumento deve-se essencialmente ao facto de o valor máximo de transação ter aumentado para 50€ (sem a necessidade de colocar o código). Já o pagamento com MBWay pode ser feito para qualquer valor e não existe a necessidade de contactos desnecessários (aumentando assim a segurança entre transações).

Apesar das dificuldades já sentidas por muitos portugueses, queremos deixar um alerta relativamente aos pedidos de financiamento. Muitos portugueses optaram por solicitar um crédito pessoal de forma a colmatar algumas necessidades.

Se esse for o seu caso, analise bem a proposta antes de assinar o contrato de forma a que o mesmo tenha o mínimo de impacto na estrutura financeira da sua família.

Veja também: Quais os melhores sites de compras em Portugal?

Consumo de televisão em Portugal subiu 32% até dia 4 de abril

De acordo com os dados da GfK/CAEM – EvoReporting, o consumo de televisão em Portugal aumentou 32% na semana de 30 de março a 04 de abril, comparativamente com a mesma semana do ano transato.

Segundo a mesma agência de comunicação e estatística “Todas as categorias de canais subiram nas audiências, com exceção dos canais desportivos, que assistiram a uma quebra abrupta de 82,6%”.

Os canais que registaram maior subida de audiências foram os religiosos com mais de 55%, as notícias nacionais com mais de 52% e os filmes, com uma percentagem superior a 44%.

Os canais de sinal aberto, disponíveis na rede de Televisão Digital Terrestre, entre eles a RTP1, RTP2, RTP3, RTP Memória, SIC, TVI e AR TV – tiveram um aumento de 26,1%.

É interessante verificar que o top dos canais mais vistos não sofreu alterações e conta com canais como a SIC, TVI, RTP1 e CMTV no topo da lista.

O que mudou no consumo em Portugal?

Segundo a informação de Paulo Portas sobre o estudo da SIBS, os dados de consumo de janeiro e fevereiro deste ano são muito diferentes dos seguintes meses, altura em que Portugal entrou em estado de calamidade e posteriormente em estado de emergência.

O consumo associado às compras físicas caiu para metade, registando uma quebra bastante acentuada. Os levantamentos através do multibanco também caíram para menos de metade, provavelmente por medo de contrair covid-19 através dos dispositivos ATM.

Sem turismo no país, as transações feitas por estrangeiros caíram de 100% para 16%, o que significa que todo o negócio ligado ao turismo em Portugal foi brutalmente afetado.

Ainda segundo Paulo Portas, o comportamento de consumo fez-se notar mais acentuadamente quando Portugal entrou em estado de emergência. Isso porque este foi o momento em que o consumo de compras físicas caiu a pique de 98% para 58%.

No campo das compras físicas as mercearias e minimercados de bairro tiraram vantagens do momento crítico que Portugal está a atravessar, já que o seu consumo subiu para 117%.

Os motivos para esta subida são a fuga aos aglomerados de pessoas (que muitas vezes se encontram nos supermercados) e a simpatia e solidariedade com o pequeno comércio local, ajudando assim pequenos empreendedores em vez de grandes cadeias de supermercado.

O setor do álcool e tabaco viram as vendas aumentar para 107%, enquanto o entretimento ficou em 91%. Apesar das muitas vendas nas farmácias, estas estão maioritariamente ligadas ao coronavírus. Podemos verificar que as mesmas estão associadas a máscaras e álcool gel.

Se não contar com este tipo de produto, o consumo decresceu para 83%, diminuindo o consumo de produtos não essenciais como é o caso dos cosméticos.

O consumo nas gasolineiras diminuiu para 59%, enquanto que os setores mais afetados foram a restauração e o alojamento, com o consumo físico a apresentar descidas a pique.

No caso da restauração o consumo caiu de 100% para 18%, no setor do alojamento a percentagem caiu para 5% e as lojas de moda desceram de 100% para apenas 1%.

Mudanças evidentes nas várias regiões do país

O consumo mudou de forma menos drástica em algumas regiões. No Alentejo e nos Açores o consumo manteve-se mais próximo do que era antes da pandemia. O ponto em comum nestas regiões é a pouca densidade populacional e o clima mais quente.

O distrito onde o consumo caiu menos foi Portalegre onde o consumo está em 70%. Em seguida está o norte do país com uma descida menos acentuada no consumo, onde se situa a maior parte do setor exportador.

No que diz respeito ao consumo online, a percentagem subiu de 9% para 14%, sendo que o valor de cada compra subiu de 37,50€ para 39,70€.

No setor do entretimento as compras online passaram de 100% para 157%, na restauração de 100% para 157% e no setor da moda, as compras subiram para 148%.

Verifique nas tabelas seguintes a evolução do comportamento dos portugueses.

1 – Setor de compras online versus offline durante a pandemia

Compras físicasCompras online
10/02 a 15/0392%8%
23/03 a 20/0367%33%

2 – Produtos mais comprados pelos portugueses durante a pandemia

ProdutosAlteração do consumo
Videojogos+200% em algumas marcas
Supermercados+ 35%
Entretenimento– 26%
Viagens– 49%
Restauração– 50%
Transportes– 48%

3 – Que tipo de conteúdos estão a ser consumidos

Canais e conteúdosDados Gerais sobre a TVConteúdos religiososConteúdos de notícias nacionaisFilmesCanais desportivosSIC NotíciasRTP 3FOX Movies
Aumento das audiências+32%+55,7%+52,9%+44,9%-82,6%+67,8%+59,3%+56,1%

Estes dados representam o panorama nacional e ajudam a perceber como pode Portugal retomar a economia gradualmente e qual a tendência de consumo atual.

A Revolut também fez um estudo

A Revolut, um dos maiores bancos digitais, fez também um estudo associado ao consumo dos portugueses no decorrer da pandemia.

Assim sendo, o mesmo vai ao encontro das outras ilações que foram também já apresentadas o longo deste artigo:

  • Os portugueses foram menos vezes ao supermercado, contudo, gastaram mais 35% em compras durante o mês de março
  • O Pico de consumo (+44%) nos supermercados ocorreu na semana que antecedeu a declaração do Estado de Emergência
  • O consumo de Entretenimento (como cinemas, teatros ou concertos, por exemplo) caiu 26%. No entanto as transações em sites de Gaming e Videojogos dispararam, sendo que no caso de algumas marcas, este aumento foi superior a 200%
  • Volume de transações em Restaurantes afundou 50%, contudo o serviço de takeaway teve um aumento extremamente elevado
  • Perdas na categoria de Transportes ou na Restauração compensadas, por exemplo, com aumento de número de transações e volume das mesmas nas entregas de comida ou bens ao domicílio

Como é possível ver, o estado de emergência que vivemos mudou de forma bastante drástica a forma de consumo dos portugueses. E por aí, sentiu uma grande mudança na sua vida?

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Revisto por Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores (RRNValores Unipessoal, Lda,)

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